A Associação de Amigos da Orquestra idealizou o projeto ‘Orquestra em Ação’ em Ji-Paraná, RO. A orquestra conta com 300 adolescentes matriculados e foi classificada pelo Ministério da Cultura como um dos projetos que mais inclui crianças e adolescentes na sociedade cultural do município.
O projeto existe há nove anos e 600 jovens já tiveram a oportunidade de estudar na instituição. Com a ajuda de doações e convênios do governo federal, a orquestra possui mais de 200 instrumentos musicais de diversos gêneros.
A associação, que não tem fins lucrativos, desenvolve suas atividades educacionais e musicais em três escolas da rede pública e oferece gratuitamente aulas de violino, viola, violoncelo, violão, piano, flauta doce, sopro, percussão, canto e estudos sobre a história da música e teorias musicais. As aulas acontecem todos os dias com sete professores que ministram aulas teóricas e práticas.
Uma vez por ano a orquestra realiza o concerto oficial. De acordo com a coordenadora administrativa do projeto, Leila Barreiros, o projeto tem mudado a vida de muitos jovens.
“A música exige muita disciplina, e consequentemente ela nos ensina a ter responsabilidade. Através da formação musical o projeto tem transformado muitos jovens. É uma mudança que os pais, professores e até o próprio jovem tem percebido”, descreve Leila.
O quarteto Uirapuru também faz parte da Orquestra em Ação, e este ano foi contemplado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) com o Prêmio Funarte de Concertos Didáticos. O quarteto é composto por dois violinos, uma viola e um violoncelo.
“Nós estudamos todos os dias para sermos músicos profissionais. Em cada evento que eu participo, eu sinto que é isso que eu quero para a minha vida. E tenho certeza que o projeto vai resultar em excelentes músicos”, conta Paulo.
O professor de violino, Wendeon França, já lecionou em outros estados, mas confessa que nunca viu um projeto com a abrangência de jovens que a Orquestra em Ação possui. “Eu vejo um potencial muito grande nessas crianças. E nos meus vários anos de música, eu nunca vi uma cidade tão pequena com uma potencialidade musical tão grande” diz Wendeon.
O projeto permite que os alunos da orquestra fiquem oito anos estudando a prática e as teorias musicais. Jéssica Moreira, 22 anos, toca violoncelo há oito meses e afirma que ainda tem muito a aprender. “Na minha família existem muitos músicos. Está no sangue, sabe? Eu pretendo me ser musicista mesmo que eu tenha começado um pouco tarde”, afirma Jéssica.
Foto: Priscila Lima/G1
Fonte:g1.com